segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Choro

Era noite,
Fria e desagradavel,
Não havia retorno.
A decisão fora tomada!
As palavras foram ditas...
E ele tinha toda a razão,
Mas ela nunca o ouvira...
Gritaram e proferiram palavras
Tão amargas e tão cheias de rancor,
Que o magoa tanto só de recordar.
Lembra-se que fazia exactamente
Um ano que deixara de ter uma vida pacifica.
Ela mudou, não era a mesma pessoa,
A qual pediu para partilhar a vida.
Não, ela parece ter ficado
Numa outra recordação.

"Peço-te volta para casa... estou farta de estar só
e não suporto o hesitar contínuo do teu silêncio.
Perdi parte de mim ...mas a tua teimosia
parece ser muito mais forte que aquilo
Que construímos..."
Aquelas palavras eram apenas veneno.
Toda aquela vida partilhada
Não passou de uma mentira.
Ela fingira que nada se passara,
Mas trocou-o... traiu-o...
Construiu um outro sonho
Distante daquele com uma outra pessoa
Que não ele...

Todas as noites ele sobreviveu
Num inferno vivo para suportar
A dor que o coração dele tentava matar...
As noites eram longas...
Os dias pareciam ter parado...
Tentou culpar-se a si mesmo
Por não ter estado presente...
Porém a culpa não era dele.


O sonho partiu...
A dor persistiu...

Hoje nas noites mais calmas
Parece ainda ouvir-se
O choro dele a sussurrar pelo amor dela...
Continuar-se-á a ouvir eternamente
Até a alma dele encontrar descanso
E poder finalmente sorrir...